Na sobejamente conhecida cadeia de dominações torna-se fácil entender porque grupos dominantes incutem uma visão de saúde na população dominada a fim de que eles, mesmo com parcas posses, venham a se tornar consumidores do universo fármaco-médico que está posto.
Para isso várias estratégias são utilizadas para conseguir tal objetivo. Uma delas é considerar charlatanismo todo o saber popular sobre saúde e tratar de descredenciar qualquer Terapeuta da área holística, ainda que seu desempenho tenha sido de grande valia para seus clientes. Outra forma de depreciação é categorizar como “crendice” e bruxaria as formas de atendimento por estes terapeutas, não obstante demonstrada sua eficácia.
Alguns tratamentos populares podem até serem aceitos, quando chancelados pela grande indústria cujo compromisso primeiro é o comercial, mesmo em detrimento da saúde pública. Ademais as pessoas não têm sido educadas para se responsabilizarem pela busca de sua própria saúde, menos ainda para conseguir direitos á uma saúde mais qualificada, mais preventiva, mais natural.
Se o cidadão desconhecer as causas reais de seus males, continuará acreditando somente nas milagrosas possibilidades médicas. Desta forma toda população acaba refém de grandes empresas farmacológicas de alto custo para o cidadão. É preciso libertar as pessoas deste jugo econômico, possibilitando a elas o direito de escolha pelo caminho que melhor expressar sua liberdade. A liberdade de buscar uma maior plenitude em um lugar onde não vivam uns sugando a energia dos outros. Uma liberdade de viver um sentido mais humano, mais pleno e mais próximo de sua natureza e de suas possibilidades. A liberdade de crer na medicina divina.
Neste sentido, levanta-se Dom Dadeus Grings, em matéria no Jornal do Comércio, em defesa da medicina popular que já tem o aval da tradição. Salienta ele que não se pode enveredar por uma via de mão única e que saúde é um direito de todos e não constitui privilégio de ninguém. Tudo isto em resposta a nota publicada pelo presidente da Simers que afirma; 1) a medicina é uma só: 2) qualquer outro exercício é ilegal; 3) está “tomando as providências jurídicas cabíveis para a punição dos responsáveis, o fechamento dos cursos, a proteção da saúde pública e o resguardo de terceiros de boa fé”.
Terapeutas de todas as áreas, sobretudo as Escolas de Formação de Terapeutas, estejam atentos e unidos porque só com nossa união poderemos defender o exercício de nossa profissão. O SINTER/RS é a instância que une e defende os terapeutas do RGS. Associe-se a ele.
Julia Rosa da Silveira